A Imunodeficiência
Combinada Severa (SCID em inglês) é na verdade um grupo de doenças, caracterizado
por desenvolvimento defeituoso dos linfócitos B e T, com comprometimento do
sistema linfático e deficiência da imunidade humoral (células B) e celular
(células T), que resulta em susceptibilidade a infecções graves que se manifestam
dentro do primeiro ano de vida.
O problema é tão grave e complicado que as próprias vacinas
que as crianças costumam tomar no primeiro e segundo mês de vida, elaboradas a
partir de vírus ou bacilos atenuados porém vivos (como BCG e Sabin) podem provocar
infecções fatais nos portadores de SCID.
O índice de mortalidade por SCID durante o primeiro ano de
vida é extremamente elevado, devido à falta de diagnóstico, diagnóstico tardio
ou por impossibilidade de acesso a um tratamento adequado. No mundo inteiro os
casos de SCID diagnosticados correspondem a apenas 1 em 3 a 4 milhões de
nascidos vivos.
Diagnosticada a doença, é aí que começam as complicações, já
que a única solução é manter a criança doente num ambiente estéril, isolada do
mundo, literalmente numa bolha, como no filme “O Menino da Bolha de Plástico”
(The Boy in the Plastic Bubble, EUA 1976), baseado na história de Tod Lubitch) que você assiste a partir do link acima.
Todos os alimentos que o paciente vai ingerir devem ser rigorosamente
esterilizados, sendo tratadas com misturas de gamaglobulinas humanas
(anticorpos purificados colhidos de milhares de pessoas), e, conforme o caso,
com antibióticos, antivirais e antifúngicos. Nem mesmo o contato com os pais é
possível, já que qualquer exposição pode resultar em infecções graves.
A forma de tratamento conhecida é a chamada “terapia
genética”, com a utilização células-tronco do próprio doente ou o transplante
de medula óssea, que deve ser realizado o mais cedo possível. O índice de
sucesso do transplante de medula óssea está próximo dos 80%.
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