segunda-feira, 24 de julho de 2017

24 de julho – Vamos falar de Morte Neonatal - Ministério da Saúde lança programa para reduzir taxas

    É considerada Morte Neonatal o falecimento do bebê entre 0 e 28 dias incompletos após o nascimento. O Ministério da Saúde tem uma classificação para a ocorrência de morte para cada período a partir da concepção. Por exemplo, o Aborto é a expulsão ou extração de um embrião ou feto pesando menos de 500g até 22 semanas de gestação. Morte Fetal é a morte do produto da concepção, ocorrida antes da sua completa expulsão ou extração do organismo materno, independentemente do tempo de gestação.
    Natimorto é o nascimento de um feto pesando mais de 500g e que não tem evidência de vida depois de nascer. Há ainda morte neonatal precoce e tardia. A precoce é a morte de um RN antes de sete dias completos de vida (até 168h completas) e a tardia, após 7 dias completos, mas antes de 28 dias completos de vida. Depois desse período é Morte Infantil, se ocorrida no primeiro ano de vida.
    A luta dos agentes de saúde, no Brasil, é por reduzir a taxa de mortalidade infantil, em qualquer uma das faixas acima. Nos últimos 15 anos o Brasil conseguiu reduzir essas taxas (tanto mortalidade infantil, quanto a neonatal), mas ainda longe do necessário, o que mostra os contrastes sociais e a baixa capacidade do sistema de saúde do Brasil de fornecer assistência médica adequada para toda a sua população.
    Os índices estaduais e regionais do país mostram que entre os anos de 1997 e 2012 (última pesquisa feita, publicada este ano, publicada no Jornal de Pediatria) houve uma queda de 33% na taxa de mortalidade precoce no país (óbitos entre nascidos vivos nos primeiros seis dias de vida), passando de 10,89 a cada mil nascidos, para 7,36 a cada mil. Já as taxas de mortalidade neonatal tardia caíram 21%, passando de 2,92 por mil para 2,29, mas se mantém estagnadas, com decréscimo preocupante principalmente na região Nordeste.
    Em 2016, a Região Norte registrou 4.611 mortes neonatais. O estado que teve mais óbitos foi o Pará, com 2.109, seguido por Amazonas, com 1.160; em terceiro está Rondônia, com 354, depois vem Tocantins, com 296, Amapá, com 280, Acre, com 228, e, por fim, Roraima, com 184 registros.
    Para atacar este problema o Ministério da Saúde acaba de lançar a QualiNEO, uma estratégia que visa diminuir a mortalidade neonatal e qualificar o atendimento ao recém-nascido nas maternidades, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, onde o problema é maior. Inicialmente, a estratégia contemplará nove estados que concentram as maiores taxas de mortalidade neonatal no país: Amapá, Amazonas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Piauí, Roraima e Sergipe.
    O QualiNEO visa qualificar as práticas de atenção ao recém-nascido de risco, que integra as diversas ações do Ministério da Saúde voltadas à saúde da criança. A iniciativa será desenvolvida durante dois anos (até julho de 2019) nas maternidades selecionadas. Ao final desse período, será dado um selo de qualidade às instituições que, além de integrar a estratégia, também conquistaram melhoras nos indicadores de assistência. E entre estas melhorias, destacam-se a redução da mortalidade neonatal.

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