quarta-feira, 23 de agosto de 2017

23 de agosto – Amamentação

     Atendendo a pedido de leitores o Portal dos Médicos trata hoje da amamentação. O leite da mãe é, segundo os especialistas, o melhor e mais adequado alimento para o recém-nascido. Cada mulher produz leite em quantidade e com características especificas para seu filho. E há uma troca de informações entre o bebe o corpo da mãe, no momento em que ele começa a sugar. É como se o peito da mãe fosse uma porta de acesso e o bebê um pen drive. Ele informa o que precisa e o seio começa a produzir leite com as vitaminas, proteínas, gordura, água, enfim o que atenda às suas necessidades. E outro fato curioso, que talvez você não saiba: o leite não fica armazenado no seio. Ele é produzido instantaneamente, a partir do momento em que a boca do bebê começa a sugar. O que faz o seio empedrar, às vezes, é o excesso não mamado e nunca representa mais que 20% do total produzido.
     A recomendação dos profissionais de saúde é para que se inicie a amamentação na primeira hora de vida do bebê e que ela continue durante o tempo, na quantidade e frequência que a criança desejar. A sugestão é para que se amamente a cada duas a três horas, ficando por cerca de 15 minutos em cada mama. Mas é recomendação e não regra. Cada bebê vai ter seu ritmo. O que é preciso lembrar é que o estômago do recém-nascido é pequeno e que eles precisam mamar com mais frequência. E também que nesta primeira fase, o leite materno é absorvido pelo intestino da criança muito mais rapidamente e por isso o bebê vai mamar mais. Além disso, o bebê lembre-se que o seio da mãe é uma porta USB, então não serve apenas como fonte de alimento. O bebê vai pedir o seio sempre que tiver alguma dor ou desconforto, para se acalmar, para dormir, para matar a “saudade” do útero, quando estiver se sentindo inseguro, com medo ou simplesmente para não se sentir sozinho.
     As mães de primeira viagem precisam saber que amamentar não é apenas um ato de amor, como se diz comumente, mas também um processo difícil, que requer paciência, principalmente no primeiro trimestre, enquanto mãe e filho estão se conhecendo e criando suas rotinas. E que a sua “porta USB” fornece informações fundamentais para que o bebê se desenvolva, aprenda, cresça, portanto não existe essa história de leite fraco. Nesta primeira fase o bebê mama mais simplesmente por que ainda está aprendendo a sugar e precisa muito mais do que só o alimento.
     Além disso, amamentar também é saudável para a mãe porque diminui as hemorragias do após o parto, melhora recuperação do útero e vai ajudar a perder peso. Na maioria das mulheres também atrasa a volta da menstruação e da fertilidade (um fenômeno chamado “amenorreia lactacional”), reduz o risco de câncer de mama, de doenças cardiovasculares, artrite reumatoide e de depressão pós-parto, que é um problema grave e mais comum do que se pensa. 
     Há ainda um outro momento em que o bebê mama demasiadamente, exaurindo a mãe. É o chamado “surto de crescimento”, que acontece algumas vezes, durante o primeiro ano de vida. Esse “surto” nada mais é do que uma aceleração do crescimento em um curto espaço de tempo, o que aumenta a necessidade por leite. Varia de bebê para bebê, mas geralmente esses surtos acontecem entre o 7º e o 10º dias de vida, entre as 2ª e a 3ª, a 4ª e a 6ª semanas; entre o 3º, 4º, 6º e o 9º meses.
     Durante essas fases, que duram em média de 2 a 3 dias, o bebê mama a toda hora, quase que sem pausa, acorda várias vezes durante a noite para mamar (isso se não fica a noite toda grudado no peito), e também fica agitado: pega o peito e solta, tenta mamar de uma maneira meio estabanada e desesperada como se a mãe tivesse pouco leite ou não tivesse sustentando. Mas calma, não é nada disso. O seio “entende” o que está acontecendo e vai suprir às necessidades do bebê, produzindo mais leite. Nunca dê mamadeira ou complemente com qualquer outro tipo de leite porque qualquer mudança na amamentação vai atrapalhar esse processo, tanto de crescimento da criança, quanto de seu corpo entender a situação e se preparar para ela.
     A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as crianças sejam amamentadas pela mãe pelo menos até os seis meses, para só depois se iniciar a introdução de outros alimentos. E que se continue a amamentar até os 2 anos de idade. A estimativa da OMS é que a amamentação evita a morte de 820 mil crianças por ano em todo o mundo, por diminuir o risco de infeções respiratória e diarreia, asma, alergias alimentares, diabetes tipo 1 e leucemia, além de melhorar o desenvolvimento cognitivo e diminuir o risco de obesidade depois de adulto.

SAIBA MAIS
1- 38% de todas as crianças do mundo são amamentadas até aos seis meses de idade só com leite materno.
2 - Amamentar não dói. Se doer é porque o bebê não pegou o peito direito.  O bebê tem de colocar quase a aréola inteira dentro da boca para mamar.
3 - Quanto mais o bebê sugar, mais leite a mãe vai produzir e o tamanho do peito não tem nada a ver com a produção de leite.
4 - O primeiro liquido produzido pelo seio, após o parto, é o colostro. O leite de verdade só vai aparecer 3 ou 4 dias depois do parto.
5 - Seu recém-nascido emagreceu? Não se preocupe. É normal o bebê perder cerca de 10% do seu peso nos primeiros dias. Ele nasce com uma "reserva" e volta a ganhar peso conforme o leite desce e ele se acostuma com a amamentação.

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/sas/saude-da-crianca-e-aleitamento-materno

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