segunda-feira, 11 de setembro de 2017

11 setembro – O que são as doenças invisíveis

   As chamadas doenças invisíveis são aquelas que se caracterizam pela sua baixa incidência, considerando a população em geral. Estas, calcula-se de acometam de 6 a 8% da população mundial, causando dor, sofrimentos e até ceifando vidas, sem que se saiba de sua existência. A estimativa é de que existam cerca de 7 mil doenças raras e ainda desconhecidas a comunidade médica e científica em geral, que afetem 100 milhões de pessoas ao redor do mundo (incluindo o Brasil, óbvio).
    E no Brasil essa situação é ainda um pouco pior. Estima-se que existam 13 milhões de brasileiros, sofrendo de doenças desconhecidas; 75% deles, crianças de zero a 5 anos. Estas doenças, por serem pouco frequentes, são desconhecidas dos médicos, ficando sem diagnóstico ou com diagnóstico e tratamento errados.
    Para muitas destas doenças, o diagnóstico depende muitas vezes de testes genéticos, caros e fora do rol de exames cobertos pelo Sistema Único da Saúde (SUS). O quadro se complica diante da falta de geneticistas (há menos de 160 profissionais dessa no país) e da limitação do SUS, que só tem protocolos para tratar 25 das sete mil doenças raras identificadas. Imagine as não identificadas.
Mas não são apenas as doenças raras, ainda não descobertas, classificadas como invisíveis. Há ainda as doenças crônicas socialmente invisíveis, como algumas doenças mentais, alguns cânceres, diabetes, enxaquecas, pressão alta e doenças reumáticas em geral. Doenças que são debilitantes, mas que, por não serem aparentes, acabam sendo desconsideradas pelas demais pessoas e até pelos órgãos de saúde.
    E se não são desconsideradas pelos órgãos de saúde, muitas, por serem assintomáticas, são ignoradas pelo próprio doente. E há um caso clássico: a diabetes mellitus (DM), principalmente o tipo 2. Há uma epidemia de DM no mundo e quase ninguém sabe. Estima-se que 382 milhões de pessoas em todo o mundo já tenha a doença, esse número deve chegar a 471 milhões em 2035.
    Cerca de 80% desses indivíduos com DM vivem em países em desenvolvimento, onde a epidemia tem maior intensidade, com crescente proporção de pessoas afetadas e em grupos etários cada vez mais jovens. Como a diabetes tipo 2 tem ligação direta com a obesidade e o mundo está ficando mais gordo, a incidência da diabetes tem subido de forma significativa nos últimos 50 anos.
    Como normalmente, as pessoas com diabetes tipo 2 não apresentam sintomas podem ter a doença por muito anos e quando a descobrem pode ser tarde demais. Ou então, os sintomas da diabetes tipo 2 podem ser tratados isoladamente, sem que se detecte o problema real. A doença pode causar, por exemplo, infecções frequentes de bexiga, rins, de pele, feridas que demoram para cicatrizar, alteração visual (visão embaçada), formigamento nos pés e furúnculos, vontade de urinar diversas vezes, fome e sede frequentes.

SAIBA MAIS
1 - A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como rara a doença que atinja até 1,3 a cada grupo de 2 mil pessoas.
2 - Existe uma entidade internacional que ajuda pessoas com doenças invisiveis. Acesse: https://invisibledisabilities.org/
3 - A diabetes mellitus tipo 2 é um distúrbio metabólico caracterizado pelo elevado nível de glicose no sangue.  A obesidade é a principal causa da diabetes de tipo 2 em indivíduos geneticamente predispostos (que tem pais ou alguns parente direto como portador).

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