sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Ministro da Saúde anuncia o fim do surto de febre amarela

    O ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou ontem o fim do surto de febre amarela no Brasil. “Não registramos casos de febre amarela desde junho, quando foi confirmado o último caso da doença no Espírito Santo”, disse Barros ao apresentar o novo boletim epidemiológico sobre a situação da doença no país. Mesmo assim o Ministério da Saúde ressalta a importância de manter as ações de prevenção e ampliar a cobertura vacinal para a febre amarela para prevenir novos casos da doença no próximo verão, período com maior probabilidade de ocorrência.
    “A situação, hoje, está sob controle, mas é fundamental que os estados e municípios se esforcem para aumentar as coberturas vacinais nas áreas com recomendação, seja com a busca ativa de pessoas não vacinadas ou por meio de campanhas específicas, envolvendo também as escolas. Além disso, é necessário manter as ações de prevenção, como o controle de vetor, capacitação de profissionais de saúde e intensificação das ações de vigilância de epizootias”, afirmou o ministro Ricardo Barros.
    Desde o início do surto, em 1º de dezembro do ano passado, até 1º de agosto deste ano, foram confirmados 777 casos e 261 óbitos por febre amarela. Outros 2.270 casos foram descartados e 213 permanecem em investigação. Além disso, 304 casos foram considerados inconclusivos, pois não foi possível produzir evidências da infecção por febre amarela ou não se encaixavam na definição de caso. No total, foram 3.564 notificações. A região Sudeste concentrou a grande maioria dos casos. Foram 764 casos confirmados, seguida das regiões Norte (10 casos confirmados) e Centro-Oeste (3 casos). As regiões Sul e Nordeste não tiveram confirmações.
    Para conter a transmissão do vírus e proteger a população, o Ministério da Saúde enviou aos estados brasileiros 36,7 milhões de doses da vacina ao longo deste ano, tanto para a rotina de vacinação como para o reforço nos estados afetados pelo surto. Somente para os estados de MG, RJ, SP, ES e BA foram distribuídas 27,8 milhões de doses extras.
O Ministério da Saúde intensificou a vacinação em 1.121 municípios desses cinco estados. Do total, apenas 205 cidades estão com a cobertura vacinal ideal (igual ou superior a 95%). Atualmente, a média da cobertura vacinal nessas localidades está em 60,3%. A pasta considera atingir a meta fundamental para evitar nova expansão da doença.
    Além da intensificação da vacinação, foram liberados R$ 66,7 milhões aos estados para controlar o surto e reforçar a assistência. Entre as medidas adotadas estão o envio de profissionais da Força Nacional do SUS a Minas Gerais e equipes para investigação de campo no Espírito Santo e Minas Gerais. Também foram realizadas videoconferências semanais para monitoramento dos registros em MG, ES, RJ, BA e SP e ações para eliminação do Aedes aegypti, reduzindo o risco de urbanização nos municípios com registro de epizootias.
    A investigação e a notificação de morte e adoecimento de macacos são consideradas a mais importante forma de detectar precocemente a circulação do vírus em determinada região, o que permite que as medidas de prevenção de casos em humanos sejam antecipadas e aplicadas com mais eficácia pelos estados e municípios. Durante o período do surto, foram notificadas ao Ministério da Saúde 5.364 epizootias, das quais 1.412 foram confirmadas para febre amarela.

SAIBA MAIS
    Em 2018, a vacina para febre amarela será incluída no calendário de vacinação para crianças a partir dos nove meses. Além disso, o Ministério da Saúde estuda a inclusão de outros municípios - que atualmente não fazem parte da área de recomendação -, na vacinação de rotina, para a população de todas as faixas etárias.

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