quarta-feira, 28 de junho de 2017

Médicos e enfermeiros trabalham com medo de agressões

    A falta de infraestrutura, de materiais e de recursos humanos, em algumas regiões do País enervam as pessoas que precisam de atendimento médico-hospitalar público. E essa mistura cada vez mais tem motivado agressões contra os profissionais de saúde que trabalham na rede pública. Muitas dessas agressões chegam à delegacia, deixando ainda mais tenso o ambiente em hospitais e postos de saúde. Servidores que lidam diretamente com o público vivem com medo constante da reação de pacientes e seus acompanhantes.
    Recentemente o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP) e o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (COREN-SP) fizeram uma pesquisa com os profissionais de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem) daquele Estado e constataram que 32% dos profissionais já foram vítimas de agressões ou presenciaram agressões a colegas. Desses, cerca de 71% mencionaram agressão psicológica e 20% violência física. 81% disseram ser vítimas de pacientes ou acompanhantes.
    Uma outra pesquisa, desta vez, feita pelo instituto Datafolha constatou que 17% dos médicos contam já ter sido agredidos. 84% dos agredidos citam agressão verbal, 80% agressão psicológica e 20% agressão física. Além disso, 47% dos médicos tiveram conhecimento de episódios de violência contra algum colega; e 85% são da opinião que os episódios de agressão ocorrem mais frequentemente no Sistema Único de Saúde (SUS).
    No Paraná, não há dados sobre o problemas, mas tanto o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-PR), quanto o Conselho Regional de Medicina (CRM-PR), tem informações que apontam que, em média, pelo menos um caso de violência cometido contra algum profissional de saúde é relatado por dia.
     Os dados do Perfil da Enfermagem no Brasil, divulgados em 2015 pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), contados do Paraná, mostram que só 33% dos enfermeiros se sentem protegidos no ambiente de trabalho no Estado. E 67% dos 8.345 entrevistados disseram já ter sofrido violência psicológica, 19,6% revelaram terem sido vítimas de violência institucional e 13%, já ter sido alvo de agressões físicas.
   

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