sábado, 30 de setembro de 2017

30 de setembro – Dia da secretária - Vamos falar da LER

      Neste dia da Secretária o Portal do Conteúdo Médico trata de uma das doenças laborais mais comuns, que afetam essa categoria de trabalhadores: a Lesão Por Esforço Repetitivo (LER), também é conhecida como Lesão por Trauma Cumulativo (LTC) ou DORT (Distúrbio muscular Relacionado ao Trabalho). Essa doença é adquirida por tarefas repetitivas, esforços além da capacidade da pessoa, vibrações, compressão mecânica (pressionando contra superfícies duras) ou posições desagradáveis por longos períodos.
    A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Ministério da Saúde (MS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que em média 3,5 milhões de trabalhadores procuram a Previdência Social com algum tipo de LER. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 10% dos trabalhadores tem o problema.
    Entre as profissões mais afetadas pela lesão por esforço repetitivo estão os operadores de telemarketing, bancários, secretárias e trabalhadores de escritórios em geral. Os problemas mais recorrentes são a tendinite no punho e no ombro, além da epicondilite de cotovelo, relacionados ao uso de computadores e telefones.
    O diagnóstico pode incluir as tendinites, doenças reumáticas, esclerose sistêmica, gota, traumática, osteoartrite, diabetes, mixedema etc., uma vez que estas também representam frequentes lesões causadas por esforço repetitivo. Geralmente, a LER surge porque a pessoa mantém uma postura inadequada e não realiza pausas para descanso. Porém, é necessário cuidado no momento do diagnóstico, pois muitos problemas, como esforço por levantamento de peso, bem como fatores sociológicos e psicológicos, podem levar a transtornos semelhantes à LER.
    Há pelo menos 4 estágios que podem ajudá-lo a identificar se você tem ou pode vir a ter uma LER: estágio 1 - Dor e cansaço nos membros superiores durante o turno de trabalho, ou sensação de peso e desconforto no membro afetado. Dor, às vezes com pontadas que aparecem de vez em quando durante o trabalho, mas não interferem na produtividade. Melhora nos fins de semana, sem alterações no exame físico e com desempenho normal.    
    Estágio 2 - Dores em vários locais durante a realização da tarefa. É tolerável e permite o desempenho da atividade profissional, mas já com reconhecida redução da produtividade nos períodos em que dói mais. A recuperação é mais demorada mesmo com o repouso e a dor pode aparecer, de vez em quando mesmo fora do trabalho. Os sinais, de modo geral, continuam ausentes.
    Estágio 3 - Sensação de dor, fadiga e fraqueza persistentes, mesmo com repouso. Distúrbios do sono e presença de sinais objetivos ao exame físico. A dor reaparece mesmo fazendo outras atividades, é mais persistente, mais forte e se irradia para outros pontos, mesmo fora do trabalho, e principalmente à noite. Há sensível queda da produtividade, quando não impossibilidade de executar a função. O repouso em geral só diminui a intensidade da dor.
    Estágio 4 - Dor presente em qualquer movimento, mesmo com um mínimo de movimento, dói em repouso e à noite, aumento da sensibilidade e perda de função motora. Dor intensa, contínua, por vezes insuportável, levando o paciente a intenso sofrimento. Os movimentos acentuam consideravelmente a dor, que em geral se estende a todo o membro afetado. Perda de força e de controle dos movimentos. Atrofias, principalmente dos dedos, são comuns. A capacidade de trabalho é anulada e os atos da vida diária são também altamente prejudicados. Nesse estágio são comuns as alterações psicológicas com quadros de depressão, ansiedade e angústia.
     Como existem inúmeras causas para LER, há um número semelhante de tratamentos diferentes, mas geralmente o que os médicos recomendam é imobilizar a área onde a dor aparece, descansar por algum tempo sem fazer esforço na região, tomar um anti-inflamatório, analgésico para diminuir a dor e procurar um fisioterapeuta para que faça uma reabilitação e te ensine técnicas menos estressante para o corpo na atividade exercida. É obrigação da empresa providenciar equipamentos ou tempo livre para evitar doenças ocupacionais recorrentes.
     A recomendação é que você descanse por um mínimo de 10 minutos a cada 50 de atividades no trabalho. Quando repousa, os músculos e tendões relaxam, fazendo com que se sinta melhor e o problema não se agrave. De qualquer modo, mesmo que a dor que você sente seja fraca e intermitente (aparece lá uma vez ou outra) é bom procurar ajuda médica na empresa. Se isso não for possível, vá a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e peça para que um ortopedista do Sistema Único de Saúde (SUS) avalie o seu caso e tome as medidas necessárias para ajudá-lo. As chances de recuperação serão muito maiores se a LER for tratada nos seus estágios iniciais.
     Você também pode se ajudar, dando atenção à ergonomia, que é a ciência projeta e arruma os objetos que as pessoas usam para que você possa usá-los de modo mais seguro e eficiente. A ergonomia busca adaptar o local de trabalho às pessoas e as pessoas ao local de trabalho, mas não se limita a melhorar o formato de um teclado ou de um martelo, vai muito além disso. Preocupa-se com causas de LER, incentiva a prevenção e define quais são as responsabilidades de empregador e de empregados no que se refere a controlar ou eliminar as causas de LER nas empresas.

SAIBA MAIS

As lesões inflamatórias causadas por esforços repetitivos já eram conhecidas desde a antiguidade sob outros nomes, como por exemplo, na Idade velha, a "Doença dos Quibes", que nada mais era do que uma tenossinovite, praticamente desaparecendo com a invenção da imprensa. Já em 1891, De Quervain descrevia o "Entorse das Lavadeiras
".

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