terça-feira, 1 de agosto de 2017

1 de agosto – ELA matou San Shepard


     A morte do ator norteamericano San Shepard, anunciada ontem, fez o mundo voltar os olhos para uma doença neurodegenerativa progressiva e fatal, sobre a qual pouco se fala. A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), também conhecida como doença de Lou Gehrig e doença de Charcot, causa degeneração dos neurônios motores, as células do sistema nervoso central que controlam os movimentos e a sensibilidade.
    O Portal do Conteúdo Médico já falou desta doença, no dia 21 de junho, Dia Mundial de Conscientização da ELA, mas volta ao tema por conta da morte deste ator. A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma das mais temidas doenças degenerativas do sistema nervoso, por provocar paralisia motora progressiva, irreversível e limitante. Essa doença se tornou conhecida no mundo em 2014 por meio de uma brincadeira, a Ice Bucket Challenge, por aqui conhecida como “O Desafio do Balde de Gelo”, onde os participantes eram desafiados a despejar um balde de água com gelo sobre a cabeça.
    Essa doença é causada, em cerca de 10% dos casos, por um defeito genético. Nos demais casos, a causa é desconhecida. O que se sabe é que os neurônios se desgastam ou morrem e deixam de enviar sinais aos músculos, gerando contrações involuntárias e incapacidade de mover os braços, as pernas e o corpo. A doença piora lentamente, ao ponto dos músculos do peito pararem de funcionar deixando a respiração difícil ou impossível, necessitando o uso de aparelhos.
     Essa doença afeta 5 pessoas em cada grupo de 100 mil em todo o mundo e não há fatores de risco conhecidos. Os sintomas geralmente aparecem depois dos 50 anos, mas nem isso é regra, já podem aparecer em pessoas mais novas também. Os sintomas incluem dificuldade para respirar, engasgar com facilidade, babar, gagueira (disfemia), cabeça caída devido à debilidade dos músculos do pescoço, cãibras musculares, problemas de dicção, como um padrão de fala lento ou anormal (arrastando as palavras), alterações da voz, rouquidão e perda de peso.
     Não há cura conhecida para ELA. O tratamento para a doença começa com um medicamento chamado riluzol, que reduz a velocidade de progressão da doença e prolonga a vida do paciente. A fisioterapia também ajuda na reabilitação; o uso de órteses ou de uma cadeira de rodas ou outras medidas ortopédicas podem ser necessárias para maximizar a função muscular e o estado de saúde geral. Não há formas conhecidas para se prevenir essa doença e a morte do doente ocorre entre 3 a 5 anos após o diagnóstico. Só cerca de 25% dos pacientes sobrevivem por mais de cinco anos depois do diagnóstico.

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